aktuell
a imagem da terra
projekte
kilimanjaro
die tiefe
gletscher
stromboli
jallikattu
vulkane
sumatra
segantini
puja
maka wakan
menabe
mission
london - paris
reis
arles (van gogh)
rarámuri
pirosmani
europa
songlines
terroir
shoa
sinai
eisfeuer
go west
amazonas
die schönsten
a concepcao
o lugares
as faces
as estórias
antonio bentes farias
endemir farias
raimundo assis dos santos
lucidia maria santoz lopez
elias silva nacimento
manuel magno marquez
osmar batista
americo dos santos
fujenco silvo
nielson tapajos de siqueira
benedito pinto da silva
antonio lopez malheiros
domingo grotasio de sousa correa
borge de oliviera franca
antonio matheus
vitor assuncion barboso
bento dos santos
raymundo yeri yori perreira
julio goes pinto ronsowe
a viagem
o livro
das werk
kailas
afrika
aotearoa
london
amberger gelb
wein
salz
l'ocre
elefanten im schnee
todesstreifen
atlantis
dresden
værøy
terra di siena
die alpen
die berliner mauer
99 fotografien
installationen
ausstellungen
bücher
editionen
texte
videos
galerien
links
vita
kontakt - impressum

amazonas - as estórias

Esse senhor como pode dizę era muito duvidoso. E aí aparecia muita, que eles chamam de cobra grande né. Aí tem um garapé chamado garapé da sucuri. E esse

garapé é grande, é muito fundo. Aí ele gostava de bebę muita cachaça.

Aí tem esse lugar aí chamado Marituda. Lá tinha um comércio. Daqui ele disse pra nós que era pra nós ir compra cachaça lá no Marituba. Aí nós fômo. Lá ele compro 7 garrafa de cachaça e compro um cacho de banana grande. E aí nós viémo.

Quando chegô lá na boca desse garapé eu disse: "Olha, vam bora." Eu disse: "Olha cumpadre, nós năo travessa aqui." Ele já: "Năo cumpadre, vocę é medroso. Vamo embora travessá." Era noite. Aí eu disse: "Entăo vâmo."

Veio um daqui e otro daqui. Encontra aqui né. E lá tinha um grande rebuzero e apareceu um negócio dum bicho. Era a cobra grande. Aí quando nós ia no mei do garapé eu olhei assim tinha duas tochas. De fogo. Eu disse: "Cumpadre vâmo remá! Vâmo remá porque o bicho pega nóis." Aí ele de porre se cansô.

Ele agarrô o remo atravessô assim disse: "Eu năo remo mais. Se ela quisé cumę ela vai cumę um homem!" Eu digo: "Ocę num rema?" Toma nele. Aí ela cabô de cumę ele, ela partiu em cima de mim certo. Aí tinha o cacho de banana.

Joguei. A cobra arcançô. Aí tava a saca com a rede dele e a cachaça. Joguei pra lá. Ela engoliu tudo. Aí ele ficou lá dentro da barriga dela, da cobra grande. Ele tinha isqueiro no bolso. Aí ele... tec, tec, tec, tec. Aí ele foi, com muito esforço dentro da barriga da cobra grande.

Mas era uma casa. Ele disse que era uma casa. Aí ele alumiô, era o coraçăo dela. Ele tava com uma faca. Ele chego e meteu-lhe a faca no coraçăo dela. Quando foi 7 hora do dia ela subiu. Lá ele gritava na barriga da cobra grande. Aí eu puxei mas um poco. Aí cortaram ela com um machado e ele tava lá. Comendo a cahaça e tirando o gosto com banana.


Contado por Fujenco Silvo, em 20 de setembro de 2000, en Nova Sociadade no Rio Arrapiúns.