aktuell
a imagem da terra
projekte
kilimanjaro
die tiefe
gletscher
stromboli
jallikattu
vulkane
sumatra
segantini
puja
maka wakan
menabe
mission
london - paris
reis
arles (van gogh)
rarámuri
pirosmani
europa
songlines
terroir
shoa
sinai
eisfeuer
go west
amazonas
die schönsten
a concepcao
o lugares
as faces
as estórias
antonio bentes farias
endemir farias
raimundo assis dos santos
lucidia maria santoz lopez
elias silva nacimento
manuel magno marquez
osmar batista
americo dos santos
fujenco silvo
nielson tapajos de siqueira
benedito pinto da silva
antonio lopez malheiros
domingo grotasio de sousa correa
borge de oliviera franca
antonio matheus
vitor assuncion barboso
bento dos santos
raymundo yeri yori perreira
julio goes pinto ronsowe
a viagem
o livro
das werk
kailas
afrika
aotearoa
london
amberger gelb
wein
salz
l'ocre
elefanten im schnee
todesstreifen
atlantis
dresden
værøy
terra di siena
die alpen
die berliner mauer
99 fotografien
installationen
ausstellungen
bücher
editionen
texte
videos
galerien
links
vita
kontakt - impressum

amazonas - as estórias

Nossa aldeia, há muitos anos e antes de que os brancos entraram no Brasil nós já estavamos aqui. Nossos principais, eles cultivavam aqui a terra.

Isso aqui năo ia, a água năo entrava. Tinha árvores grandes. Tinha pau d´arco, tinha jutaizeiros, tinha itaubeiras, tinha… cupaibeiras e outras árvores de lei né. Mas com o tempo, ele foi esgotando e acabando né, e a água foi levando frente né. E, entăo se nós estamos aqui parados, porque os nosso principais eles trabalhavam sob esta serra essa montanha, mas era o local aondes eles vinham veraniá năo é.

Entăo eles tinha suas moradas aqui. Ficava mais fácil a pescaria, prá eles né, e mais fácil muitas coisas, principalmente a água porque no verăo, aqui a água é dificultosa, cę vę essa baia mas isso prá cá, barco năo entra, muitas vezes fica só terra aí fora né, e entăo é por isso que nós ficamos aqui nesta área, aqui na margem do tapajós mas que o nosso trabalho é sobre essa montanha.

Aí em cima da montanha era localizado a aldeia, a aldeia chefe, em cima dessa montanha, e aí existia muitas plantas ainda dos nossos antepassado mas o que acabô foi o fogo.

O fogo entrô e acabo com o cacuarru que tinha dos nossos parentes. Acabô com o timbó que tinha, que era principalmente a arma de pescaria dos nossos atenpassado. Acabô com o grande flechar, que existia. Flecha era o armamento dos índios flecharem né e, foi encontrado depois de tudo isso, uma flecha que o fogo năo queimô. Ela tava infincada. Entăo por isso que ele tem o nome de taquara porque é a flecha do índio né. E por essa, por esse motivo é que os nossos antepassado năo saíram daqui. Pelo amor da terra. E nós nascemos e se criemos aqui quando nós abrimos nosso olhos já foi aqui.

Nosso avô, nossos bisavô, nosso pai, nossa măe já… se apagaram né, e nós ficamos aqui na terra né. E é esta razăo que nós permanecę aqui.

Agora, porque nós permanecemos e porque é que nós procuremo a nossa identificaçăo. Sabę quem era nós? De onde nós viemos? Quem era nossos avós? Quem era nossa măe? De onde vieram? E, contamos os nossos troncos, e eram daqui mesmo năo tinha mistura de outro sangue era os nossos puros nativo. Entăo foi o momento de nós reconhecer quem nós somos. Agora vamos sabę que tribo nós pertence.

Se é caiapó, ô se é tupinambá, ô se é cinta larga, ô se é otr... otras tribos. Năo. Encontramos a nossas decendęncias Mundurucu. No alto Tapajós. Mas como eles se espalharam adepois que os brancos entraram n-no Brasil, eles se espalharam, pra todo canto né, e é hoje que nós estamos aqui, hoje, aquele resto, aquele povo que talvez estiv... tivesse adormecido e hoje está, se acordando năo é, está aqui de novo avoltando, e lembrando que nós somos os verdadeiros filhos desta terra, daqui do Taquara. Entăo é essa é a razăo e a história de nossa terra. O amor que temos por ela.


Contado por Raimundo Assis dos Santos, em volta da fogueira, na noite de 17 de setembro de 2000, em Taquara, no Rio Tapajós.