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amazonas - as estórias

A gente mora aqui, reside aqui, nascido e criado no interior. A gente se acostumô. Eu acho que a gente vai morrę aqui nesse lugar mesmo. Tem uns irmăo que tem até neto já. E a gente tá vivendo com os pai e măo da gente acompanhando a gente né. Tem o lado do matrimônio que a gente requer. Depois de Deus só ele na terra né. É uma vantagem que a gente tem porque é um lugar adequado pra gente sobrevivę tranquilamente. Isso é uma razăo que a gente tem de contá. De um certo tempo pra cá que eu fui me criá.

De um certo tempo pra trás eu năo posso contá porque eu năo vi mais coisa boa que anteriormente tem. Agora, de um certo ponto pra cá que eu me criei. Qué dizę, eu entendi. Aí eu vi coisa boa no mundo. Coisa bastante boa. Agora, de um certo tempo pra cá, uns 6 ou 7 anos atrás, teve muitas coisa que ficô difícil porque existe muitas consequęncia. Principalmente muitas invasőes que tęm aqui nessa nossa área. E a preservaçăo também quase năo existe. As floresta destruindo. Isso é uma coisa que já se passou. A gente lamenta porque a gente viu coisa boa.

De um certo tempo pra cá a gente năo pode mais contá com aquilo que já passou porque hoje em dia tá destruído praticamente né. Isso é uma coisa que eu posso dizę bem pra vocęs. E a gente reside aqui. Os pais tăo aí junto com a gente, a casa. É favorito de peixe aqui no verăo. Isso aí é uma coisa que a gente pode incluí. Tem umas criaçăo que tem aí. Isso aí dá pra tę uma casa né. Pra podę sobrevivę. Essa é a razăo que tem. É algo que a gente tem com a gente.

Daqui pra frente năo sei como é que pode sę. Se a gente vai sę vivo ou năo. Mas a casa aqui né... A gente pescava antigamente, um tempo atrás, a gente pescava facilmente. Agora ficô difícil porque agora já existe outros arreio de pescaria pra podę pescá. Mas um tempo atrás era favorável. Pescava até com o caipira, pegava peixe de zagaia, era fácil. Outros tipo de caça também existia. Fácil de matá. Agora năo, agora ficô difícil. Longos anos atrás tinha muita vantagem né. Mas de la pra cá modifica né.


Contado por Nielson Tapajos de Siqueiros, em 20 de setembro de 2000, em Jari do Socoro no Igarapé do Jari.